Educação infantil por meio da recreação

Educação infantil por meio da recreação


Priscila Fernandes Carvalho de Melo

Patrícia Pinheiro Fernandes Vieira



Jogos e brincadeiras nem sempre foram bem vistos no sistema de ensino, pois predominava a ideia do jogo associado à recreação e lazer, isto é, a situações que são contrárias ao trabalho escolar. Apenas no início do século XX, com a expansão das novas ideais de ensino, surgiu à aplicação de entretenimento relacionado à educação com o objetivo de facilitar o ensino.

Assim, a educação com base na realização de atividades lúdicas proporciona as crianças à capacidade de desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo, e social(NEGRINE, 1994) além de desenvolver o prazer e integração no momento da aprendizagem através de um ambiente aconchegante, desafiador e rico em novas oportunidades para o crescimento intelectual(SACCHETTO, MADASCHI, et al., 2011). Da mesma forma, corrobora Gomes (2003, p. 6) quando discorre sobre a atividade lúdica:

“o lúdico é uma das essências da vida humana que instaura e constitui novas formas de viver a vida social, marcada pela exaltação dos sentidos e das emoções misturando alegria e angústia, relaxamento e tensão, prazer e conflito, regozijo e frustração, satisfação e expectativa, liberdade e concessão, entrega, renúncia e deleite. O lúdico pressupõe, dessa maneira, a valorização estética e a apropriação expressiva do processo vivido, e não apenas do produto alcançado” 


Logo, a atividade lúdica envolve os mais variados sentimentos e emoções(CAVALLARI, 2011), proporcionando nas crianças o prazer, a liberdade, noções de regras e a imaginação (KISHIMOTO, 2016, p. 25), assim como estímulo a criatividade. Portanto, através de jogos as crianças são estimuladas ao mundo de fantasia, a aprender a lidar com conflitos e realizar desejos (PIAGET, 1978)(BROUGÈRE, 2008). 

Inúmeras são as possibilidades de atividade que podem ser oferecidas as crianças. Como as cantigas de rodas, oficinas de culinária, jogos com bola, instrumentos musicais, capoeira, desenhos, massinhas e brinquedos educativos que proporcionem um desenvolvimento motor, cognitivo e a socialização(FRIEDMANN, 1996), objetivando que o aprendizado por meio da brincadeira seja absorvido de forma mais prazerosa (FERNANDES e CASAROTTO, 2018).

Portanto, diversas áreas do conhecimento tem se apropriado de atividades lúdicas para estimular o ensino na educação infantil. Não diferente, A educação nutricional também tem buscado apoio na realização de atividades lúdicas para estimular à capacidade de desenvolvimento de hábitos saudáveis em crianças, uma vez que é na infância que os alimentos e seus diversos sabores são introduzidos. Assim, por meio de jogos e brincadeiras há o estimulo de alguns sentidos, como a visão, tato, olfato e paladar, incentivando as crianças a descobrirem novos alimentos para compor sua dieta.

Desta forma, as atividades lúdicas envolvendo questões nutricionais quando administradas por uma equipe de profissionais devidamente capacitados, oferece além da brincadeira, uma maneira criativa de proporcionar conhecimento as crianças (COOPER, 2001), estimulando escolhas mais saudáveis para a sua alimentação.


REFERÊNCIAS


BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTTO, T. M. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Cengage Learning, 2008.


CAVALLARI, V. R. Trabalhando com recreação. São Paulo: Ícone, 2011.


COOPER, C. E. A. Turismo: Priscípios e práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001.


FERNANDES, J.; CASAROTTO, V. J. OS JOGOS E AS BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL. SAJES - Revista de saúde da AJES, v. 4, n. 7, p. 32-49, jan/jun 2018.


FRIEDMANN, A. O direito de Brincar. São Paulo: Scritta Editorial, 1996.


GOMES, C. L. Significados de recreação e lazer no Brasil: reflexões a partir da análise de experiências institucionais (1926-1964). Minas Gerais. 2003.


KISHIMOTO, T. M. O jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2016.


NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil: Simbolismo e jogo. Porto Alegre: Prodil, v. 1, 1994.


PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.


SACCHETTO, K. K. et al. O ambiente Lúdico como fator motivacional na aprendizagem escolar. Cadernos de Pós-Graduaçao em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, p. 28-36, 2011.


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